O passado dia 12 de outubro de 2025 marcou, de forma insofismável, um novo ciclo na política autárquica de Lisboa, com a eleição dos membros da coligação "Por Ti, Lisboa". Entre os eleitos democraticamente, encontram-se diversos nomes da Iniciativa Liberal (IL).
Autarcas liberais espalhados pelos órgãos executivos e deliberativos do município e das 24 freguesias de Lisboa. Desde os dois vereadores na CML aos seis deputados municipais na AML, passando pelo presidente da junta de freguesia de Campolide — o único a nível nacional —, os seus secretário e tesoureiro, o secretário da junta de freguesia de Santo António (eu próprio), e todos os vogais dos restantes executivos das juntas de freguesia onde fomos vitoriosos, como ainda pelos muitos membros eleitos em todas as assembleias de freguesia.
Sobre os ombros de cada um destes autarcas, de cada um de nós, recai agora uma responsabilidade política monumental.
A Iniciativa Liberal não é apenas um partido que defende princípios económicos sólidos. É, como bem sabemos, também uma força política que coloca os elevados padrões éticos e morais no centro da sua atuação. É, pois, com base nesta premissa fundamental que a atuação de cada um dos seus eleitos na nossa cidade deve ser escrutinada. O mandato de quatro anos que agora se inicia não é um período para concessões à velha política, mas sim uma oportunidade para demonstrar, na prática, que é possível exercer o poder local com competência, rigor, audácia e inabalável integridade.
O nosso código de conduta para o exercício das funções em que ficámos investidos é a transparência. Num contexto onde a confiança nas instituições públicas tem sido fragilizada ao longo das últimas décadas, os autarcas liberais têm o dever de ser um farol de clareza para os seus eleitores. Isto significa que a nossa ação deve ser totalmente aberta e acessível aos munícipes e fregueses, seja na gestão das verbas, na tomada de decisões em reuniões de câmara e de junta, ou na apresentação de propostas nos respetivos órgãos deliberativos.
Não basta ser honesto, é preciso parecer honesto em cada ato administrativo e político!
Esta responsabilidade redobrada manifesta-se em todos os níveis. Os dois vereadores da câmara municipal da capital são a face mais visível deste compromisso. O seu trabalho na gestão executiva será marcado pelo rigor e pela oposição firme a qualquer desperdício ou formas de opacidade. O presidente da junta de freguesia de Campolide e a sua equipa, bem como este secretário da junta de Santo António que aqui escreve estas linhas, e os demais vogais eleitos nas restantes freguesias, têm o desafio de implementar a visão liberal ao nível mais próximo do cidadão, exigindo o mesmo rigor na pequena escala que se exige na grande.
Da mesma forma, os seis deputados eleitos para a assembleia municipal e todos os membros das assembleias de freguesia têm o papel insubstituível de fiscalização e de apresentação de propostas alternativas através de recomendações aos seus executivos ou moções a órgãos externos às respetivas autarquias. As propostas que apresentarem, em nome da Iniciativa Liberal, devem ser sinónimo de qualidade e rigor, não apenas refletindo os valores liberais de menos burocracia e mais liberdade individual, mas também contribuindo para um debate público elevado e construtivo.
O mandato que agora começou e durará quatro anos é o prazo que temos de provar que a Iniciativa Liberal, mesmo em coligação, transporta consigo um código de conduta irrenunciável.
A expectativa dos eleitores liberais e de todos os lisboetas é a de que estes autarcas não se limitem a cumprir a lei, mas que estabeleçam um novo patamar de excelência na política local. Estamos — todos nós — sob o olhar atento de todos os outros (parceiros e adversários), e o nosso sucesso será medido não apenas pelas políticas que implementarmos, mas sobretudo pelo rigor ético e pela transparência com que atuarmos ao longo do mandato.
É este o peso, mas também a honra, de ser um autarca liberal em Lisboa.