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O lixo debaixo do tapete... que ninguém quer resolver

Sobre a responsabilidade do poder local para resolver o problema da higiene urbana

Lisboa tem vários problemas para resolver e um deles é o excesso de lixo nas ruas, que consequentemente se traduz num descontrolo das pragas.

Este problema já se arrasta há muitos anos, mas a perceção da maioria dos lisboetas é que se agravou. O certo é que se andarmos pelas ruas e, principalmente, no que diz respeito às eco-ilhas, raramente encontramos esses espaços limpos.

Aliás, esses depósitos são muitas vezes ilhas de lixo, porque é aqui que se nota que o modelo de gestão da higiene urbana, em Lisboa, não funciona.

A responsabilidade da recolha dos caixotes é da CML; mas se o lixo estiver no chão é das Juntas de Freguesia. As Juntas dizem que o lixo está no chão, porque as eco-ilhas estão cheias e que por isso a recolha deveria ser integralmente assegurada pelos serviços camarários, sendo que as Juntas de Freguesia recebem verbas para recolher o lixo que está no chão. Confuso? É natural…

Em suma, o tradicional passa culpas que baralha qualquer munícipe. Na sequência desta novela, o Grupo Municipal da Iniciativa Liberal, que fez várias visitas aos serviços e acompanhou um circuito de recolha em Alfama, tem apresentado várias recomendações para resolver este problema, uma delas foi para sensorizar todos os eco-pontos (essa foi aprovada); a outra apresentada recentemente, pretendia elaborar um estudo independente que fizesse o diagnóstico do atual modelo de gestão.

Essa recomendação foi largamente e violentamente criticada pela maioria das bancadas, já que aparentemente não querem ter uma avaliação sobre o que não funciona. E porquê? Porque o lixo se tornou uma arma de combate político, um pouco à semelhança com o que acontecia em Nápoles – Itália.

Importante referir que nas bancadas dos diferentes partidos estão os vários presidentes de junta de freguesia, o que dificulta qualquer discussão sobre este assunto, porque são parte interessada.

Ou seja, o lixo passou a ser um imbróglio difícil de resolver, tal como Carlos Moedas já o referiu publicamente várias vezes, mas é para isso que o poder local serve, para resolver o problema dos munícipes sem vitimizações. A Iniciativa Liberal não desiste e cá estará para Pôr Lisboa a Funcionar!

O lixo debaixo do tapete... que ninguém quer resolver
Angélique Da Teresa 18 de novembro de 2024
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