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A Dieta Zero de Frases Feitas: Pensar o Estado com Clareza

Artigo livre

A Reforma do Estado é uma das ideias mais mediáticas da cena política atual. A nossa ideia, Liberal, sobre a sociedade e o papel funcional que o Estado nela deve ter, é ensurdecedora. Não somos, porém, os únicos culpados deste barulho.

O tempo, que passa sem mudanças, os impostos, que sufocam e aparentam nunca ser suficientes, a dívida, cujo serviço surge como o 5º Ministério em dimensão orçamental, a demografia, que exige novas competências administrativas, a Justiça, que, por se revelar ineficaz, aparenta não existir, a educação, que é a imposta e não a escolhida, e a saúde, que é pouca para que não tem meios… estes, e os outros motivos que, de tanto repetirmos vezes sem conta, viraram frases feitas do discurso político, são os culpados deste barulho.

A realidade tem uma forma cruel de nos apanhar. Esta crueldade, este encontro inevitável, leva- nos à ação. De todos os nomes que podemos dar a esse encontro com o destino, o pior de todos chama-se Troika. O derradeiro acordar. Nos antípodas desse destino temos a Visão Liberal. No limbo, claro, temos o Presente.

A Visão, como exercício prospetivo, é, sem qualquer dúvida, o caminho que nos pode levar a um sucesso na, não ideológica, Reforma do Estado (A Reforma). Qualquer abordagem que passe por discursos (i) plenos de inflamação, (ii) contra a realidade que pretendemos mudar, (iii) contra as pessoas com quem temos de reformar, ou (iv) por demonizar as instituições que temos de transformar, está condenada ao fracasso: se queremos culpar enfaticamente alguém, olhemo-nos, coletivamente, como sociedade, para um espelho e vociferemos com toda a força: “seus omissos!”, “seus transigentes!”, “seus acríticos!”.

Para a Reforma, como coletivo, temos de promover um discurso positivo. Uma “dieta zero” de frases feitas.

Temos de inspirar a sociedade! Isto faz-se com Visão.

Nesta Visão temos de perceber o papel do Estado de forma cristalina em quatro vetores:

  • As funções: que queremos, por contraste com as atuais
  • Os meios: de que nos devemos munir para corporizar essa mudança
  • A organização: a que nos permita harmonicamente, operacionalizar (governança)
  • O contexto: O enquadramento regulamentar, constitucional, jurídico, sindical etc., que possamos influenciar como força política

Uma mensagem que radique nesta lógica cumpre a dieta zero de frases feitas. Permite-se ser complexa e simultaneamente organizada.

Fugindo à tentação do linguajar de consultor, não me perderia na miríade de cenários, mas deixaria o desafio: pensarmos cada cenário de forma estruturada e coerente.

Este pensamento, sobre a Reforma, num partido como o nosso, é feito a diferentes níveis. Mais ideológico e programático ao nível da nossa atividade interna (Comissão, Conselho, Núcleos), mais influenciador e estruturante ao nível da nossa atividade legislativa (Assembleia da República), mais prático e executivo numa nova e espantosa dimensão do nosso partido, as Autarquias, o Poder Local.

À laia de hino da IL, a música “Power to the People” foi sem dúvida premonitória desta revolução orgânica que vamos ter em outubro:

  • O Partido vai crescer nas competências e na visão mais concreta do Estado.
  • O Partido vai influenciar o país de forma capilar.
  • O Partido vai ter um enorme corpo de membros, que vão dar um contexto mais informado à ação política.

Como consequência, o País vai sentir o Liberalismo. Até aqui os ideais, batalha ideológica. A partir de outubro as ações.

Este desafio que eu, como centenas de membros, pessoalmente assumiremos em outubro é, simultaneamente, uma honra, um desafio e uma responsabilidade.

É, mais do que isto, um compromisso, inquebrantável por natureza, com os ideais Liberais, que se sobrepõe a sacrifícios familiares e patrimoniais que muitos de nós faremos.

É sem dúvida um momento estruturante do nosso Partido. Não exijam de nós menos que tudo.

Exijamos todos nós, como coletivo, sermos coletivo, e que possamos, como tal e na ação individual de cada Dirigente, Membro, Autarca ou Deputado, ter a visão Liberal que inspire o País.

A Dieta Zero de Frases Feitas: Pensar o Estado com Clareza
Vasco Anjos 10 de agosto de 2025
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