Os filhos dos portugueses quando emigram escolhem países com maior crescimento económico, melhores salários e oportunidades de carreira. Os pais e os avós ficam a assistir, provavelmente convencidos que em Portugal não conseguimos ser melhores, nem sequer podemos aspirar a querermos ser como uma Alemanha, Holanda ou Irlanda. Enquanto isso, o nosso país é ultrapassado por países de Leste, do antigo bloco comunista, que eram muito mais pobres.
O que é que impede Portugal de ser comparável aos melhores? Nada!
A não ser a velha ladainha que herdámos do tempo da ditadura e que os dois maiores partidos continuam a alimentar. Continuam a convencer-nos que somos pequenos; que somos pobrezinhos, mas honrados; que mais vale estarmos quietos; que mais vale manter o que temos, mesmo quando o que existe está mal, até porque, para eles Portugal nunca está preparado para nada. Tudo demora uma eternidade a ser decidido, ou a ser feito e enquanto isso vemos os nossos filhos saírem, porque desistem de viver no marasmo a que nos querem condenar.
Não tem de ser assim. Não podemos continuar assim.
No desporto os exemplos de superação a que Cristiano Ronaldo já nos habituou ou mais recentemente as medalhas de Diogo Ribeiro são celebradas por todos nós. No desporto parece ser aceitável sermos ambiciosos e querermos ser os melhores, mas nas outras áreas da nossa vida, já não.
Não somos menos que os outros e há soluções que podem ser tomadas, rapidamente, para pormos Portugal a crescer.
PS e PSD não podem continuar a abster-se nas propostas liberais que querem dar uso aos imóveis vazios do Estado, quando temos uma crise na habitação.
PS e PSD não podem continuar a votar contra as propostas liberais que trariam uma grande descida do IRS que permitisse às pessoas ficarem com mais dinheiro no bolso, ao fim do mês. Porque é que não perguntam às pessoas onde é que elas têm de cortar para pagar esta sobrecarga de impostos?
PS e PSD não podem continuar a votar contra as propostas liberais que acabariam com as filas de espera na saúde, quando temos pessoas de madrugada, a tentar obter uma senha para conseguir marcar uma consulta.
PS e PSD não podem continuar a votar contra as propostas liberais que acabariam com os benefícios fiscais dos partidos.
PS e PSD não podem continuar a votar contra as propostas liberais que pretendem reformar o sistema eleitoral para que milhares de votos não tenham como destino, o lixo, para depois virem como sempre, com a chantagem do voto útil.
Em todas as campanhas, a história repete-se. As novas ideias são sempre vistas como irresponsáveis, mesmo aquelas com provas dadas noutros países europeus.
Tudo é inútil, a não ser votar nos de sempre como se estivéssemos presos e impossibilitados de escolher o que realmente queremos.
Isto continua a acontecer em Portugal, um país europeu, no ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril.
Não somos verdadeiramente livres se aceitarmos viver condicionados, como estamos a ser. Nenhum português é inútil por votar no partido que quiser.
Não há portugueses inúteis.
Publicado no NOVO Semanário